Notícia
Alunos montam robô para fiscalizar o trânsito em frente à escola
- 19/05/2018
Sou professor de lógica de programação no Colégio Paraíso, em Juazeiro do Norte (CE). Para aproveitar o Maio Amarelo, movimento internacional de conscientização para redução de acidentes de trânsito, que no Brasil é mobilizado todo ano pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), meus alunos desenvolveram um projeto de educação que envolve programação.
Na escola, nós estamos usando a tecnologia para resolver problemas. Em parceria com a Micro:bit Foundation, a Positivo trouxe para o Brasil a plataforma Micro:bit e pediu para que as escolas parceiras começassem a disseminar o uso da miniplaca programável dentro da sala de aula.
Os alunos aprenderam a programar, mas como a tecnologia por si não tem um fim, como coordenador de projetos eu propus que eles encontrassem uma aplicabilidade. Eles deveriam olhar para problemas que tínhamos no entorno na escola e pensar em uma solução.
Eles perceberam que, no horário de entrada e saída da escola, muitos pais paravam o carro em cima da faixa de pedestre, mesmo sabendo que isso era errado. Então os alunos tiveram a ideia de montar o Agente:bit, um robô que conscientiza o cidadão a respeitar as leis de trânsito.
Como protótipo inicial, eles programaram um robô com letreiro digital que, quando alguém estaciona no local proibido, exibe a mensagem: libere a faixa. É uma coisa muito simples, mas faz as pessoas se chocarem com o que estão fazendo, porque todo mundo sabe que é errado. Elas automaticamente saem da faixa, dão uma volta no quarteirão e procuram um lugar para estacionar.
Para construir o corpo do robô, os alunos trabalharam conceitos de sustentabilidade e reutilizaram materiais, como papelão e tinta guache. Eles usaram objetos cotidianos que estavam a disposição deles.
Após concluir o protótipo, os alunos colocaram o robozinho em frente à escola, ao lado da faixa de pedestre. Com isso, conseguimos impactar os pais e fazer um trabalho de educação no trânsito.
A ideia é alertar para coisas simples. Isso também vale para os pedestres, porque na saída da escola vários alunos ficam parados na faixa e impedem o tráfego. Quando eles passaram a olhar para o robô e ler a mensagem, eles também começaram a respeitar e sair discretamente.
Nós percebemos que educar é preciso. Mesmo tendo ideia das regras de trânsito, um alerta facilita no dia a dia. Isso gera um trabalho de conscientização de cada indivíduo.
Para desenvolver esse projeto, trabalhamos metodologia ativa na veia e utilizamos aprendizagem baseada em problemas. Os alunos também tiveram que desenvolver uma série de competências, como observação do meio, criatividade, trabalho em equipe e tomada de decisão, já que eles tiveram que escolher o melhor projeto para ser apresentado na Bett Educar, em São Paulo (SP). A iniciativa apresentada foi desenvolvida pelos alunos Mateus Alves e Marcele Medeiros, com apoio dos professores Ramon Felizardo e Rubenho Cunha.
Fonte: Portal Porvir