Outra grande vantagem informada pelo médico é a possibilidade quase nula do organismo do paciente rejeitar a prótese, diferentemente do que acontece com próteses criadas a partir de tecidos
bovinos e suínos. Algo que acontece devido ao cruzamento de infecções entre os seres humanos e os animais, o que não acontece com a tilápia.
As pesquisas envolvendo a pele de tilápia, iniciadas há cerca de 6 anos com vítimas de queimaduras, já beneficiam pessoas há pelo menos 4 anos. Há, aproximadamente, 2 anos, vêm sendo usadas
para a reconstrução do canal vaginal. Até o momento, 15 pacientes já passaram por cirurgias, utilizando a técnica. Dentre elas, 12 pacientes com vítimas de agenesia vaginal, 1 vítima de câncer
e duas pacientes transexuais, que fizeram mudança de sexo.
Embora pareça, aos olhos do leitor, um número baixo, a síndrome que acarreta o não desenvolvimento do canal vaginal é rara, assim como é pequeno o número de demais pacientes que necessitariam
da reconstrução do órgão. A grande maioria das doenças raras, ainda carecem de soluções eficazes. Uma afirmativa que demonstra o potencial dessa técnica, genuinamente cearense.
Embora à frente de um projeto inovador, que vem revolucionando as técnicas mundiais empregadas em cirurgias ginecológicas e destaque entre os pesquisadores do país, Dr. Leonardo Bezerra não
cede à vaidade, reforçando a sua gratidão com quem lhe fez pouco, diante daquilo que ele faz aos outros. “Devo, na verdade, toda a minha história a esta escola, ao Colégio Paraíso”.